Elipse de Meisternthal - Fonte: AstroLink. |
A previsão do tempo é de tempestades e
canhões. Há pelo menos uns três anos, os prognósticos mais experientes já
esperam algumas chuvas de raios, lavas e rochas incandescentes. Cuidado! Podem
cair até gatos e cachorros, cobras e lagartos ou quem sabe lá que bichos mais.
O importante do período em que estamos
vivendo é que ventos e explosões têm endereço. O bota pra
quebrar ou o quebra-quebra ou o bota-abaixo de todos
os dias pode até ser um tanto ingênuo, mas busca ingenuamente trazer o Novo. O
conteúdo disso tudo é a novidade. Por outro lado, os canhões acordaram, e
possuem toda a experiência e a tradição nas batalhas. Os canhões de hoje
possuem precisão cirúrgica. Eles só reagem de verdade quando são provocados. O
poder político e as autoridades são somente os atiradores (canhoneiros). O
exército é muito maior. Sua única missão é manter o Velho.
Devemos frisar uma coisa: o novo sempre
nasce do velho! Nós, seres humanos, não inventamos isso, independe da nossa
força e da nossa vontade. É assim. As coisas simplesmente são assim. E nós
somos como instrumentos dessa sentença – o novo irromper do velho.
Daí vermos o desafio secular da
renovação diante dos nossos olhos ansiosos e de nossos olhares atônitos. O bota pra
quebrar é somente para fecundar. Tem que ferir a terra para
poder semear.
A semente! – esse é o germe de um novo
começo (mais um dentre vários começos). O essencial hoje é a semente. Não
importa o poder de fogo estabelecido, não importam os dentes caninos e
instintivos da tradição, a Natureza também é conservadora, inerte... e fértil.
Portanto, o foco deve ser cuidar da semente, deve ser “afagar a terra,
conhecer os desejos da terra [...]”.
As sementes estão germinando. Não são
muito visíveis. Claro, estão enterradas na terra sólida da tradição. É bem mais
fácil ver as explosões das autoridades, os tiros e as reações de quem sempre
ganha com o jogo da estrutura pessoal, social e mundial. Observem. Observem o
jogo.
Mas se os canhões pessoais, sociais e
mundiais reagem, necessariamente reagem a alguma coisa. Mesmo que seja alguma
coisa ainda pouco visível. Sem dúvida – é a semente – eles reagem à semente!
A semente é ingênua, mas já causa
terremotos. Ela é impaciente, e cai nos primeiros passos e falha nas primeiras
tentativas. Ela é impulsiva e direcionada, e não traz o compromisso de um mundo
melhor, mas só um mundo diferente e novo. Enfim, ela é tropa de
elite, pois só para quando morrer ou quando a batalha um dia acabar.
Alisson Batista
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