A constelação de Câncer. Fonte: Mexican Skies. |
Daremos
continuidade à série de resumos e fragmentos que têm por objetivo deixar,
através de mitos, símbolos, imagens e palavras, a atmosfera ou o perfume de
cada uma das doze estações que completam o ciclo anual.
Depois de
muitas lágrimas, chuvas e lamentações da Copa do mundo no Brasil, o ano
astrológico segue em frente. Na trajetória ao longo dos doze signos do zodíaco,
esse período das águas sem dúvida alguma é canceriano.
Nessa
época, estacionaremos no signo de Câncer, que estará em vigência até o dia
22 de julho. Em primeiro lugar, veremos algo sobre o signo e sobre seu símbolo mais
evidente – o caranguejo. Depois veremos algo sobre o símbolo da Lua, para logo
adiante vermos o mito e a cor associados a este signo de Câncer – o mito da
Hydra de Lerna e a cor Prata. Por fim, teremos algumas informações
de ordem astronômica sobre o satélite Lua, algo da mitologia associada a este
corpo celeste – Ártemis e Hécate – e uma abordagem mais filosófica sobre o
período canceriano do ciclo solar.
Espero que
gostem.
Câncer
Seu hieróglifo, semelhante a duas espirais, exprime a
mudança de sentido do movimento solar – que se torna descendente, quando até
esse momento era ascendente – e representa esquematicamente as vagas da
vida (i.e., as flutuações, as indecisões ou os altos e baixos, etc.).
Signo lunar, significa o retraimento em si mesmo, a sensibilidade, a timidez e
a tenacidade.
Com o Câncer, surge todo um universo aquático;
apresenta-se como o símbolo da água original: águas-mães calmas e profundas da
fonte murmurante, passando pelo leite materno e pela seiva vegetal. O
caranguejo, de água doce ou de mar, que o representa, é um animal aquático que
vive debaixo de uma carapaça protetora.
Ao espírito das águas associa-se estreitamente um
valor de coisa interna, íntima ou interior, a relembrar que os esboços e
prefigurações da vida em fase de renascimento – gérmens, ovos, fetos e brotos –
estão circundados por conchas, matrizes, cascas e invólucros, todos eles
destinados a resguardar o poder de ressurreição encerrado nessas couraças.
Efetivamente, o quarto signo identifica-se ao
arquétipo materno que Jung distinguiu: todo o mundo dos valores de
conteúdo, ou seja, tudo aquilo que é grande, e que envolve, resguarda,
conserva, nutre, protege e mantém aquecido aquilo que é pequeno. Princípio matricial
e nutriente, que vai do útero à terra-mãe: profundeza, abismo, poço, gruta,
caverna, bolso, vaso, abrigo, casa, cidade... que vem terminar no grande
refúgio da humanidade, que era a Grande Mãe.
O papel do Câncer é também o da mediação, da
mediunidade, do meio. Os seres marcados por esse signo gozam de um grande poder
secreto, próprio a favorecer os renascimentos futuros.
Caranguejo
O caranguejo, como inúmeros outros animais aquáticos,
está ligado, paradoxalmente, aos mitos da seca e da Lua. Os caranguejos são o
alimento dos espíritos da seca. Seu crescimento liga-se às fases da Lua.
Na Índia, o caranguejo é o signo zodiacal de Câncer,
que corresponde ao solstício de verão, início do movimento descendente do sol.
Dava-se ao caranguejo na China o nome de koel ("ladino",
"esperto"), sem dúvida em razão do seu deslocamento lateral, ligado a
esse tipo de andar oblíquo e às pinças ávidas.
O caranguejo é um símbolo lunar. Desde a Antiguidade
clássica, sua imagem está associada à da lua, tal como a da lagosta, porque
esses animais marcham como a lua, para a frente e para trás.
Dicionário de Símbolos, C. & G.
Alisson
Batista
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