quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A IMPORTÂNCIA DO SIGNO DE LEÃO II


Apolo e a carruagem de ouro. Fonte: TRC.

A MITOLOGIA

Febo Apolo

Ao surgir durante a noite, na Ilíada, Febo Apolo, deus do arco de prata (canto I), brilha como a Lua. Será preciso levar em conta a evolução dos espíritos e a interpretação dos mitos para que se possa reconhecer nele, muito mais tarde, o deus solar, o deus de luz, e para entender que seu arco e suas flechas sejam comparados ao Sol com seus raios. Originalmente talvez se relacionasse mais à simbólica lunar. Apresenta-se no canto I como um deus vingador de flechas mortíferas.

De início, revela-se sob o signo da violência e de um orgulho desvairado. Mas, ao reunirem-se elementos diversos de origem nórdica, asiática e do mar Egeu, esse personagem divino torna-se cada vez mais complexo, sintetizando em si inúmeras oposições que consegue dominar, terminando por encarnar o ideal de sabedoria que define grego. Realiza o equilíbrio e a harmonia dos desejos, não pela supressão das pulsões humanas, mas por orientá-las no sentido de uma espiritualização progressiva que se processa graças ao desenvolvimento da consciência.

Na literatura, conferem-lhe mais de duzentos atributos que o fazem surgir, sucessivamente, como um deus-rato primitivo dos cultos agrários; como um guerreiro irascível e vingativo; como um senhor das feras e, ao mesmo tempo, pastor compassivo que protege os rebanhos e as colheitas; como um benfeitor dos homens, tendo o poder de curá-los e purificá-los, aquele que engendrará Asclépio (Esculápio); Profeta de Zeus, cria em Delfos a mântica de inspiração. Inspira não apenas os profetas, mas também os poetas e artistas; torna-se o deus solar que cruza os céus numa carruagem resplandecente. Em Roma, não é assimilado por nenhum outro deus: só ele consegue, entre os deuses estrangeiros adotados pela cidade e pelo império, permanecer sempre intacto, único, incomparável.

Certas curiosas aproximações de palavras, que a etimologia científica tem razão de considerar suspeitas são, no entanto, significativas na história do sentimento religioso. Fez-se a aproximação, por exemplo, no nome ático de Apolo com sua variante dórica, evocativa do vocábulo “apella” – curral de carneiros. Fácil é conceber-se que um tal deus possa ter sido honrado pelos primeiros gregos que foram esses nômades pastoreando seus rebanhos. Mas o notável é que esse deus pastor, que fazia reinar a ordem nos currais de carneiros, se tenha transformado no deus que reina sobre as assembleias dos homens por sua eloquência e sua sabedoria.

Platão enuncia: cabe a Apolo, o Deus de Delfos, ditar as mais importantes, as mais belas, as leis primordiais [...] pois esse deus, intérprete tradicional da religião, estabeleceu-se no centro e no umbigo da terra para guiar o gênero humano.

Apolo é o símbolo da vitória sobre a violência, do autodomínio no entusiasmo, da aliança entre a paixão e a razão. Sua sabedoria é o fruto de uma conquista, e não uma herança. Todas as potências da vida nele se conjugam a fim de incitá-lo a não encontrar seu equilíbrio senão nos pináculos, e para conduzi-lo da entrada da caverna imensa (Ésquilo) aos cimos dos céus (Plutarco). Apolo simboliza a suprema espiritualização; é um dos mais belos símbolos da ascensão humana.

Dicionário de Símbolos, C. & G.

Apolo Febo. Fonte: Blog Numância.


Apolo, Apolo

Filho de Zeus e de Letó e irmão gêmeo de Ártemis. Amada por Zeus, que a fecundou, Letó, após a perseguição implacável da ciumenta Hera por toda a terra, deu à luz Apolo e Ártemis na ilha até então flutuante chamada Ortígia (o único lugar que a acolheu), que logo após o nascimento de Apolo se fixou no fundo do mar e passou a ser chamada de Delos (“brilhante”).

Apolo era representado como um jovem de estatura elevada e dotado de uma beleza serena, e teve numerosos amores. Era o patrono da profecia, da arte de usar o arco e a flecha, da juventude e da medicina, sendo também o deus da claridade e aparecendo às vezes como a divindade protetora dos rebanhos.

No monte Parnasso, onde presidia as atividades das Musas, ele era o deus da poesia e da música (principalmente a lira). Inspirador dos adivinhos, seus oráculos, sempre obscuros e ambíguos, geralmente eram em versos; Apolo inspirava também os poetas, partilhando esta última função com as Musas, porém o caráter de sua inspiração era mais sereno.

Seu culto em Delfos influenciou fortemente a formação do espírito grego. Na mitologia romana o culto de Apolo apareceu cedo (seu primeiro templo foi erigido em Roma no século V a.C.), provavelmente por influência das cidades gregas fundadas no sul da Itália e na Sicília, e há notícias de contatos antigos dos romanos com o oráculo de Delfos.

Inicialmente ele era tido em Roma como o deus da medicina, mas tornou-se logo conhecido como o deus da profecia e dos oráculos e como o patrono da poesia e da música, tendo portanto atributos idênticos aos do mesmo deus na Grécia.


Hélios

O Sol, divindade pertencente à geração dos Titãs, anterior aos deuses olímpicos. Descendente de Urano e de Gaia, Hélios era filho do titã Hiperíon e da titanide Téia, e irmão de Eós (a Aurora) e de Selene (a Lua).

Hélios tinha em volta da cabeça raios de luz em vez de cabelos, e percorria o céu num carro de fogo puxado por cavalos velocíssimos chamados Aêton, Éoo, Flêgon e Piroís, cujos nomes se relacionam com a luz e as chamas.

A cada manhã, em seguida à passagem do carro de Eós (a Aurora), Hélios iniciava sua viagem pelo meio do céu partindo do território dos indianos. Depois de percorrer o céu durante todo o dia ele chegava na hora do crepúsculo ao rio Oceano, onde seus corcéis exaustos banhavam-se para recuperar as forças. Hélios repousava num palácio de ouro para recomeçar na manhã seguinte a sua eterna viagem diurna, cuja regularidade foi interrompida apenas pela aventura desastrosa de Faêton.

Hélios era tido como o olho que vigiava o mundo e tudo via, mas seus poderes limitavam-se à função de iluminar a terra.

Dicionário de Mitologia Grega e Romana, M. da G. K.

 Alisson Batista

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