terça-feira, 20 de janeiro de 2015

A ESTRUTURA DO SIGNO DE CAPRICÓRNIO III


Dias de Saturno. Fonte: Evus.

O mito de Cronos

Filho de Urano (o Céu) e de Gaia (a Terra). Pertencia à raça dos titãs, a primeira geração divina, anterior a Zeus e aos demais deuses olímpicos.

Cronos foi o único titã a ajudar sua mãe a vingar-se do pai, cortando-lhe os testículos; em seguida destronou-o e tornou a confinar no Tártaro seus irmãos germanos, os gigantes Hecatônqueires, aprisionados anteriormente por Urano e libertados por Cronos a pedido de Gaia.

Já na condição de rei dos deuses e senhor do mundo, Cronos casou-se com Rea, sua irmã. Em sua onisciência ele sabia que seria destronado por um de seus filhos, e numa tentativa de evitar que isso acontecesse devorou seguidamente, logo após o nascimento, Deméter, Hera, Hestia, Plutão (Hades) e Poseidon. Indignada com a fúria infanticida de Cronos, Rea, sentindo aproximar-se a hora de dar Zeus à luz, foi pari-lo secretamente em Dicte, na ilha de Creta. Para enganar Cronos, Rea envolveu uma pedra em fraldas, como se tratasse de um recém-nascido, e a entregou ao marido, que a devorou.

Chegando à idade adulta Zeus, auxiliado por Métis, filha de Oceano, ou pela própria Gaia, preparou e deu a Cronos uma beberagem que o obrigou a vomitar todos os filhos que engolira. Zeus e seus irmãos recém-salvos entraram em guerra contra Cronos, aliados aos titãs, seus irmãos.

No décimo ano de guerra um oráculo de Gaia revelou a Zeus que a vitória seria sua se contasse com a ajuda dos gigantes Hecatônqueires, naquela ocasião confinados no Tártaro por Cronos. Graças ao seu auxílio Zeus saiu vitorioso na guerra e aprisionou Cronos e os titãs no mesmo lugar onde estiveram os Hecatônqueires, que passaram a ser os guardiães dos vencidos.

Além dos filhos que teve com Rea, Cronos, sob a forma de um cavalo, engendrou em Fílira o centauro Quíron; em outras lendas a paternidade de Hefesto e de Afrodite é atribuída a Cronos em vez de Zeus e Urano respectivamente.

Na tradição órfica a reconciliação de Cronos, longe de seus grilhões e vivendo na Ilha dos Bem-Aventurados, com seu filho Zeus, assinala o início da chamada Idade de Ouro. Nessa idade Cronos aparece em seu trono, ora em Olímpia, ora na Itália (onde foi desde épocas remotas identificado com Saturno), ou então na Sicília, ou na África. Na Idade de Bronze (ou na Idade de Ferro segundo outra versão da lenda), quando os homens revelaram a sua maldade irremediável, Cronos voltou ao Céu.

Com o nome alterado para Khronos (em vez de Kronos), essa divindade aparece em certas alusões como a personificação do Tempo.

Dicionário de Mitologia Grega e Romana, M. da G. K.

Cronos e Urano. Fonte: Quo.

Crono e Urano

Apenas o grande Crono, o de mente tortuosa, teve coragem e respondeu à sua prudente genitora com estas palavras: “Mãe, eu posso me encarregar dessa empresa, pois não reverencio nosso pai, de maligno nome, por ter sido ele quem primeiro tramou ações indignas”.

Assim ele falou, e a prodigiosa Geia sentiu grande alegria em seu coração. Colocou o filho escondido, pronto para uma emboscada, e revelou seu ardiloso plano, armando suas mãos com a foice afiada, entalhada como um aguçado dente.

Com a chegada da noite, aproximou-se Urano, desejoso de amor, e estendeu-se sobre Geia, cobrindo-a completamente. Então, de seu esconderijo, o filho estendeu a mão esquerda e o tocou. Com a mão direita, tomou a foice, semelhante a um enorme dente, e cortou rapidamente os genitais do pai, lançando-os a esmo para trás de si.

Teogonia, H.

O mito de Saturno

Um antiquíssimo deus itálico da agricultura (l. Saturnus), identificado mais tarde com o Cronos dos gregos.

Saturno teria vindo da Grécia para a Itália em épocas remotas, quando Zeus o destronou e lançou-o do alto do Olimpo à terra. Ele instalou-se na colina do Capitólio, no local onde viria a existir Roma, fundando uma povoação fortificada chamada Satúrnia e introduzindo a agricultura na região. Saturno teria sido rei de Roma, e seu reinado foi tido como a Idade de Ouro.

Celebravam-se durante três dias em dezembro as Saturnalia, festas licensiosas durante as quais desapareciam as diferenças entre as classes sociais (para relembrar a Idade de Ouro), e os escravos mandavam em seus senhores.

Dicionário de Mitologia Grega e Romana, M. da G. K.

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