Moedas de ouro. Fonte: Blog.bg. |
A COR
OURO COMO SÍMBOLO
Considerado
na tradição como o mais precioso dos metais, o ouro é o metal perfeito. Tem o
brilho da luz; o ouro, diz-se na Índia, é a luz mineral. Tem o caráter ígneo,
solar e real, até mesmo divino.
Em diversas
regiões e especialmente no Extremo-Oriente, acredita-se que o ouro nasça da
terra. Seria o produto da gestação lenta de um embrião, ou da transformação, do
aperfeiçoamento de metais vulgares. É o filho dos desejos da natureza.
Esta
significação espiritual, de princípio e cosmológica do metal amarelo, reaparece
e se explicita com o mito da serpente-arco-íris. Com efeito, a serpente que
morde a própria cauda, símbolo de continuidade, enrolada ao redor da terra para
que esta não se desintegre. Dan, que é espiral e primeiro movimento da criação,
geradora dos astros, vem a ser também o senhor do ouro e o próprio ouro. É a
Serpente-Arco-Íris-Sol, este “servidor
universal”, para retomar a expressão de Paul Mercier, que nada faz por si
próprio, mas sem o qual nada se faz.
Na tradição
grega, o ouro evoca o Sol e toda a sua simbólica fecundidade-riqueza-dominação,
centro de calor-amor-dom, foco de luz-conhecimento-brilho. O tosão ou velocino
de ouro acrescenta um coeficiente desse simbolismo solar ao animal que o possui;
ao carneiro, por exemplo, que representa já por si a força geradora de ordem
corporal e, por transposição simbólica, de ordem espiritual. O tosão de ouro
torna-se a insígnia do mestre e do iniciador.
O ouro é
uma arma de luz. Usavam-se unicamente facas de ouro para os sacrifícios às
divindades uranianas. Da mesma forma, os druidas só cortavam o visgo com uma
pequena foice de ouro. Apolo, deus-sol, era coberto e armado com ouro: túnica,
fivelas, lira, arco, aljava, borzeguins.
Entre os
egípcios, como já se observou, o ouro era a carne do Sol e, por extensão, dos
deuses e dos faraós. Mas o ouro é um tesouro ambivalente. Se o ouro-cor e o
ouro-metal puro são símbolos solares, o ouro-moeda é um símbolo de perversão e
de exaltação impura dos desejos, uma materialização do espiritual e do
estético, uma degradação do imortal em mortal.
Dicionário de Símbolos, C. & G.
Alisson
Batista
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