domingo, 7 de setembro de 2014

A IMPORTÂNCIA DO SIGNO DE LEÃO VII



O homem precisa agir: viver é agir. Todas as ações implicam um movimento a partir de uma base relativamente estável ou de um estado de equilíbrio, de um centro. O movimento requer emprego de energia.

Para liberar poder é preciso haver algo através do qual posssa ocorrer essa liberação: um sistema ou mecanismo de liberação – um agente, um motor. O agente, na esfera humana, aparece com o caráter de identidade individual; ele se torna um agente responsável, um agente livre. Quando se dá a liberação de poder através de um instrumento feito pela mão do homem, falamos de “motor” ou “máquina”.

O Sol é um agente natural por cujo intermédio é liberado poder. Também o é a célula, a semente, a planta, o pássaro, no nível desse tipo de liberação a que chamamos “vida”. No homem, testemunhamos o aparecimento não só de percepção consciente, como também de clara motivação, intencionalidade e o emprego de suas várias energias por meio da inibição e da liberação do poder da vontade, serva de seu ego consciente individualizado. A consciência, nele, dirige a liberação do poder – ao menos de alguns aspectos do poder de que o homem é agente liberador.

Consciência – Poder: o grande, o trágico dualismo humano. Como unidade de consciente identidade, ele pode transformar os instrumentos naturais por cujo meio o poder humano emana: seus órgãos. Ele pode aumentar, ou diminuir, a eficácia de seu corpo e de sua psique. Pode estender-lhes a capacidade de liberação de poder por meio de máquinas, ou atrair sobre eles enfermidade e deterioração. Pode ter pensamentos individuais, transformar a natureza por meio deles, ou entortar Ideias universais, parir monstros mentais para canalizar o dinamismo perverso de seu ego rebelde ou malsão.

Compete-lhe escolher, na medida em que é um ser consciente. Como um ser, ele estampa a liberação de suas energias com seu próprio e inerente caráter e qualidade de ser. Ele representa aquilo que ele é. Ele age com “pureza” – ou em “pecado”.

Ser puro é ser um agente por meio do qual o poder é liberado de acordo com o caráter e ritmo intrínsecos desse poder e em resposta à necessidade humana que reclamou tal liberação de poder, e para nenhum outro fim e de nenhum outro modo. É usar os instrumentos naturais para a liberação de poder, de acordo com a natureza intrínseca desses instrumentos e de sua adequação dentro da ordem universal da evolução. É agir em termos de necessidade inerente.

A pureza na ação é adequação ao caráter do poder liberado. Pode haver pureza em atos destrutivos tanto quanto em atos construtivos. Agentes catabólicos podem ser tão puros como os anabólicos. O veneno pode ser tão puramente venenoso como a clara água, sem a mistura de nenhum elemento estranho à sua natureza molecular (H2O), pura em sua limpidez e ação diluente.

Uma personalidade humana é pura se libera sua parte de poder latente na humanidade como um todo sem desperdício emocional de energia ou confusão mental. Tal homem é o que intrinsecamente ele é, e nada senão isso, como uma entidade individual. É, portanto, um claro agente de liberação do poder humano.

Moedas de ouro. Fonte: Blog.bg.

Todavia, a pureza numa pessoa individual implica mais que adequação à função e perfeita harmonia com o ritmo do poder empregado. Do homem se espera que assuma seu lugar consciente e significativamente dentro da grande representação da evolução universal.

Verdade, identidade espiritual, dharma: várias palavras para definir a identidade imortal em atos eficazes e adequados. Tudo que é necessário; nada que não seja necessário. Na pureza e na verdade, a liberdade e a necessidade se tornam idênticas.

O indivíduo é espiritualmente livre quando cumpre a sua finalidade essencial, e de nenhum outro modo. Ele é concretamente livre quando a sociedade lhe permite, e sua própria vontade lhe determina, realizar aqueles atos que são inerentes ao caráter e ao ritmo do poder para cuja liberação ele foi criado e constituído agente.

Esse propósito está latente no próprio caráter dos poderes que estão pressionando por expressão dentro da própria natureza do indivíduo. Quando ele entende, com verdade, o caráter de seus poderes, compreende, ao mesmo tempo, também a natureza do propósito essencial de sua vida – a razão para a qual deve ser livre – a não ser que na excitação concomitante ao uso dos poderes (e esta é a grande prova!) o indivíduo se identifique com o fascínio variável, primeiro deste poder, depois de outro; tornando-se assim uma triste caixa de ressonância para os confusos fluxos e refluxos de toda e qualquer energia que as circunstâncias lhe despertem no corpo e na psique.

O homem é, a um só tempo, planta e animal. Mas o homem é mais que isso. Ele é potencialmente um planeta, estabelecido no centro, seguro em sua identidade cósmica – um planeta afinado com outros planetas numa “série harmônica” de liberações de poder, cujo “tom fundamental” é o Sol. Cada planeta é um agente para a liberação de um gênero de poder.

Ser puro é ser um agente do poder solar. Ser verdadeiro é ser um agente da energia diferenciadora do eu. A pureza correlaciona-se com o poder; a verdade, com a consciência do eu. Na harmonia ciclicamente alterada de poder e identidade consciente, o homem, cuja vida é uma constante representação dramática de seu destino intrínseco, movimenta-se como um planeta.

A consciência resulta da ação, segue-se à ação; e a consciência é afetada pelos fluxos e refluxos do poder, pela inclinação variável dos raios do Sol nas várias épocas do ano, pelo ritmo lunar das substâncias líquidas (mar, seiva, sangue), pela magia dos desejos instáveis que pulsam ao sabor das estações. Sua vida pode ser pura se exprimir a natureza do poder e os poderes da natureza.

O homem que o é em verdade, porque está estabelecido no centro do conúbio entre poder e identidade e na liberdade da gravitação terrestre, é impelido por uma necessidade inerente a ser conscientemente o que ele é, a ir avante, para sempre, como definidor de espaço, como quem descreve uma órbita, como filho do poder e da consciência, do amor e da inteligência. O homem perde sua pureza. Ou atinge o centro – e a paz. Nessa paz ele conhece a verdade, a sua verdade. Para, conscientemente, conhecer essa verdade ele teve de perder a pureza e readquiri-la no contexto cósmico do espaço orbital.

Tríptico Astrológico, D. R.

Alisson Batista

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