A Virgem com o menino, de Masaccio. Fonte: Art Invest 2000. |
Azul como a cor da Virgem
O azul e o branco, cores marianas, exprimem o
desapego aos valores deste mundo e o arremesso da alma liberada em direção a
Deus, i.e., em direção ao ouro que virá ao encontro do branco virginal, durante
sua ascensão no azul-celeste. Reencontra-se aí, portanto, valorizada
positivamente pela crença no Além, a associação das significações mortuárias do
azul e do branco.
Em geral, quando se faz a promessa de trazer uma
criança vestida sempre de branco ou de azul, em honra da Virgem, trata-se de
crianças impúberes, i.e., ainda não sexuadas, ainda não plenamente
materializadas: crianças que não pertencem de modo algum a este mundo; e que,
justamente por isso, são capazes de responder, mais facilmente, ao chamamento
azul da Virgem.
Ora, o signo da Virgem, na roda zodiacal, corresponde
à estação das colheitas, ocasião em que a evolução primaveril já se realizou, e
vai ceder lugar à involução outonal.
O signo da Virgem é um signo centrípeto como a cor
azul, e que vai despojar a terra de seu manto de verdura, desnudá-la,
dessecá-la. É o momento da celebração da Assunção da Virgem-Mãe, festa que se
realiza sob um céu sem véus, onde o ouro solar se faz fogo implacável e devora
os frutos maduros da terra.
Em certas regiões da Polônia, subsiste ainda o
costume de se pintar de azul as casas das jovens casadoiras. Essa cor
azul-celeste é, no pensamento dos astecas, o azul-turquesa, a cor do Sol, por
eles denominado Príncipe de Turquesa; era um sinal de incêndio, de sequidão, de
fome, de morte. Mas Chalchihuitl é também essa pedra verde-azulada, a turquesa,
que ornava a vestimenta da deusa da renovação. Quando morria um príncipe
asteca, antes de incinerá-lo substituía-se seu coração por uma dessas pedras.
Dicionário de
Símbolos, C. & G.
Alisson Batista
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