sábado, 20 de setembro de 2014

A TÉCNICA DO SIGNO DE VIRGEM V


Ceres e o cinturão de asteroides. Fonte: World News.

O regente estabelecido do signo de Virgem é Mercúrio. Assim, repetiremos o texto sobre este planeta já postado lá no signo de Gêmeos. Um dia, talvez, virá algo mais sobre Ceres, o asteroide. Espero que gostem.

Mercúrio

O planeta Mercúrio aparecia aos antigos (e ao nosso olho nu hoje) apenas no horizonte, onde percorria o limbo crepuscular entre o dia e a noite. O célere Mercúrio anunciava o Sol da madrugada ou o perseguia no arrebol. Outros planetas - Marte, Júpiter, Saturno - podiam ser vistos brilhando a noite inteira, a pino no firmamento, durante meses a fio. Mercúrio, porém, sempre se esgueirava das trevas para a luz, ou vice-versa, esquivando-se de ser visto depois de uma hora.

A proximidade com o Sol domina todas as condições da existência do planeta - não apenas seu avanço a pleno galope pelo espaço, que é tudo que podemos entrever facilmente da Terra, mas também seu conflito interno, seu calor, seu peso e a história catastrófica que o reduziu a dimensões tão pequenas (apenas um terço do diâmetro da Terra).

A atração de uma estrela tão próxima impulsiona Mercúrio a percorrer sua órbita a uma velocidade média de 48 quilômetros por segundo. Tal rapidez, quase o dobro do ritmo da Terra, faz com que Mercúrio demore apenas 88 dias terrestres para completar sua jornada orbital. Como ele avança tão mais depressa do que gira, um ponto qualquer em sua superfície precisa aguardar meio ano mercuriano (cerca de seis semanas terrestres) após o alvorecer para receber a luz plena do meio-dia. Assim, os anos correm num piscar de olhos, mas os dias arrastam-se para sempre.

O dia nascce em Mercúrio num calor infernal. O Sol circunvizinho cambaleia pelo céu negro e fica lá, pairando, enorme, com um diâmetro aparente quase três vezes maior do que o orbe familiar que vemos aqui da Terra.

Algumas regiões de Mercúrio aquecem-se a ponto de derreter metal à luz do dia e então se regelam a centenas de graus abaixo de zero à noite; temperaturas tão extremas não coexistem em nenhum outro lugar do Sistema Solar.

Superfície de Mercúrio. Fonte: NASA - messenger.

O contraste dramático entre dia e noite compensa a ausência de alternância entre as estações. Mercúrio não possui estações de verdade, pois gira ereto sobre seu eixo, e não inclinado como a Terra. Luz e calor sempre atingem o equador mercuriano em ângulo reto, enquanto os pólos norte e sul, que não recebem luz solar direta, permanecem relativamente frígidos o tempo todo.

O planeta só se torna aparente à vista normal quando sua órbita o leva bem para o leste ou oeste do Sol nos céus da Terra.

Mesmo quando Mercúrio se encontra mais próximo da Terra, 80 milhões de quilômetros continuam separando-o de nós – uma distância nada desprezível, se comparada com a distância média da Lua, que é de apenas 400 mil quilômetros.

O planeta gira em torno de seu eixo uma vez a cada 58,6 dias – um ritmo de tal forma encadeado com o seu período orbital (87,9 dias) que ele completa exatamente três voltas em torno de si a cada duas jornadas em torno do Sol.

Só agora no século XXI estaremos em melhores condições de saber mais sobre este planeta veloz e esquivo que é de difícil visualização por causa da proximidade com o Sol e que tem sido localizado nos céus somente pelos mais diligentes e sortudos observadores ao longo da história.

Os Planetas, D. S.

Alisson Batista

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você pode construir ou destruir com o uso da palavra. Pense em sua responsabilidade individual ao utilizá-la.