terça-feira, 21 de outubro de 2014

O EQUILÍBRIO DO SIGNO DE LIBRA III



(I)

O ciclo diurno de Vênus, que aparece alternadamente no oriente e no ocidente (estrela da manhã e estrela da tarde), faz dele um símbolo essencial da morte e do renascimento.

Para os sumerianos, Vênus era aquela que indica o caminho às estrelas. Deusa da tarde, favorecia o amor e a volúpia; deusa da manhã, presidia aos atos de guerra e de massacre. Era filha da Lua e irmã do Sol.

Enquanto deusa do amor, rainha dos prazeres, também chamada de aquela que ama o gozo e a alegria, seu culto associava-se às prostituições sagradas.

Em um texto litúrgico babilônico, ela é qualificada de dama dos destinos e de rainha das sortes.

(II)

O planeta Vênus encarna a atração instintiva, o sentimento, o amor, a simpatia, a harmonia e a doçura. É o astro da arte e da acuidade sensorial, do prazer e do divertimento, e a Idade Média a apelidou de o pequeno benéfico. O sentido do tato lhe é atribuído, assim como todas as manifestações da feminilidade (luxo, moda, enfeites, etc.).

Desde as eras mais primitivas, Vênus foi a estrela das doces confidências; a primeira das belezas celestes inspirava os apaixonados com a impressão direta que o suave brilho do astro produz na alma contemplativa. Vênus está ligada às ligações de atração voluptuosa e de amor.

Esse mundo venusiano do ser humano agrupa uma sinergia afetiva de sensações, de sentimentos e sensualidade.

Não há quem possa rivalizar com Afrodite, protetora do hímen e exemplo típico de beleza feminina. Sob o seu símbolo, reina no ser humano a alegria de viver, na festa primaveril da embriaguez dos sentidos e no mais refinado e espiritualizado prazer da estética.

O reino de Afrodite – Vênus – é o da ternura e das carícias, do desejo amoroso e da fusão sensual, da admiração feliz, da doçura, da bondade, do prazer e da beleza. É o reino daquela paz de coração que chamamos de felicidade.

Venus de Arles. Fonte: Museu do Louvre.

(III)

Antes mesmo de chegar a falar de Vênus, é legal passar pela origem de Afrodite, a “Vênus grega”.

Afrodite tem a sua origem, ou uma delas, no corte dos genitais de Urano, descrita desta forma por Hesíodo: Uma espuma branca desprendeu-se da carne imortal, envolvendo-a completamente. E dessa espuma criou-se uma virgem.

A virgem (Afrodite) foi à Ilha de Citera e depois à Ilha de Chipre, onde se tornou uma das principais divindades cultuadas na ilha, local em que minas de cobre foram largamente exploradas durante a Idade do Bronze – evidenciando a associação que o metal tem com a divindade.

Ali pisou a terra uma deusa bela e sensual. A cada um de seus passos a relva crescia sob os formosos pés, e deuses e homens chamaram-na Afrodite, pois surgiu dentre a espuma.

Afrodite nasceu e se encaminhou, na companhia de Eros, para a morada dos deuses, e o que lhe coube entre os homens e os deuses imortais foram os sussurros das jovens, os sorrisos e os enganos, o doce prazer, o amor e a ternura.

Já no século II d.C., Vênus aparece assimilada completamente à Afrodite dos gregos. Esta divindade latina antiquíssima já era cultuada antes mesmo da fundação de Roma, mas com o passar do tempo a semelhança entre a Vênus romana e a Afrodite grega passa pelos atributos de beleza, amor, sexo, fertilidade e prosperidade.

Dicionário de Símbolos, C. & G.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você pode construir ou destruir com o uso da palavra. Pense em sua responsabilidade individual ao utilizá-la.