sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A QUÍMICA DO SIGNO DE ESCORPIÃO IV


Orfeu diante de Plutão, de F. Perrier. Fonte: The Lost Universe.


O símbolo Plutão

Este planeta encarna na Astrologia a força que preside as grandes mutações das eras geológicas e das espécies, as produndezas da matéria, o mundo atômico, a conquista do espaço, o laser e a cirurgia do coração. É o símbolo da reconstituição radical, sobre novas bases, rejeitando os elementos prejudiciais ou supérfluos. Seus efeitos parecem muitas vezes tão repentinos e imprevistos como os de Urano e de Netuno. Mas, contrariamente à desses dois planetas, a sua influência revela-se nitidamente benéfica e animada por um profundo sentimento de justiça, ainda que ela possa parecer imoral ou anormal, estando acima de nossas convenções humanas.

Plutão, o príncipe das trevas, é o símbolo das profundezas de nossa trevas interiores, ligadas à noite original da alma, isto é, às camadas mais arcaicas da Psique. Quando Jung declara que o homem civilizado ainda arrasta atrás de si a cauda de um sáurio, fixa a imagem infernal dessa região ancestral do indivíduo governada por este planeta. É o teclado das tendências afetivas do estado sadoanal com as forças do mal: o negro, o feio, o sujo, o mau, a revolta, o sadismo, a angústia, o absurdo, a negação, a morte...

Tocamos nesse mesmo teclado quando Jung nos engaja na busca do nosso dragão, convidando-nos a desenvolver a consciência do invisível, a nos assegurar da posse de nossos tesouros desaparecidos, a abrir o acesso para as riquezas ocultas, a descobrir seus arcanos os mais secretos, para a realização espiritual ou metafísica.

O alinhamento do Eu com as verdades mais profundas do ser dá o poder, se não uma vontade de poder oculta, que tem a última palavra nos assuntos humanos. Em contrapartida, se o ser recusa essas necessidades vitais mais fundamentais, fermentações interiores destroem o equilíbrio e, através de catástrofes que roubam o chão de nossos pés, Plutão abre o abismo pronto a precipitar o homem e a devorá-lo: é a estação no inferno.

Dicionário de Símbolos, J. C. & A. G.

Ilustração de Hades. Fonte: Blog Efesto do Olimpo.

Hades, o mito

O deus e rei dos mortos, filho de Cronos e de Rea, e irmão de Zeus, de Hera, de Poseidon, de Hestia e de Deméter.

À semelhança de seus irmãos, Hades tinha sido engolido por Cronos logo após seu nascimento, sendo expelido depois. Na luta contra os Titãs ele usou um capacete feito pelos Cíclopes, que tornava invisível quem o tinha.

Hades era casado com Perséfone, sua sobrinha, que reinava com o marido inflexivelmente sobre os mortos. Para casar-se com Perséfone, Hades raptou-a nos prados da Sicília enquanto ela, ainda adolescente, colhia flores juntamente com suas companheiras. Zeus ordenou-lhe que a restituísse a Deméter, desesperada com o desaparecimento da filha. Hades, entretanto, sabendo que quem recebesse qualquer alimento no reino dos mortos jamais poderia sair de lá, fê-la comer um grão de romã. Para satisfazer Deméter e Hades, Zeus decidiu que Perséfone passaria metade do ano (ou um terço segundo uma das versões da lenda) no mundo dos mortos com seu marido, e o resto do ano com sua mãe no Olimpo.

Contava-se a propósito da inflexibilidade de Hades que ele quis impedir a entrada de Heraclés no inferno quando o herói ia realizar um de seus trabalhos; Heraclés, entretanto, feriu-o com uma de suas flechas, obrigando-o a subir ao Olimpo à procura de Paian, que o curou com seus bálsamos.

Hades ( = ”invisível” em grego) não era invocado pelo seu nome, cuja menção excitar-lhe-ia a cólera, e sim por meio de eufemismos, sendo o mais comum Plutão ( = “rico” em grego, epíteto ritual de Hades, rei do inferno), talvez numa alusão à fecundidade inexaurível da terra.

Perséfone e Hades. Fonte: Wikipedia.

Oríon

Um caçador gigantesco, filho de Euríale e de Poseidon (ou de Hirieu), ou o filho de Gaia (a Terra). Oríon recebeu de Poseidon a capacidade de caminhar sobre as ondas, e era dotado de força e beleza extraordinárias.

Oríon foi para Quios, cujo rei, chamado Oinopíon, pediu-lhe para livrar a ilha das feras que ameaçavam seus habitantes. Oríon apaixonou-se por Merope, filha de Oinopíon, mas este não aprovou o casamento. Um dia, depois de embriagar-se (ou ser embriagado por Oinopíon), Oríon quis violentar Merope, e Oinopíon cegou-o. Oríon viajou então para o lugar em que ficava a forja de Hefesto; chegando lá pôs um menino nos ombros e pediu-lhe para virá-lo de frente para o sol nascente. Oríon recuperou a visão no mesmo instante e retornou para vingar-se de seu agressor, mas não conseguiu porque Hefesto construiu um refúgio subterrâneo para Oinopíon.

Pouco tempo depois Eós (a Aurora) apaixonou-se por ele e o levou consigo para Delos. Lá Oríon tentou violentar Ártemis, e a deusa mandou um escorpião picá-lo no calcanhar, matando-o. Ártemis, agradecida ao escorpião, transformou-o numa constelação, fazendo o mesmo com Oríon. No próprio firmamento a constelação de Escorpião está sempre no encalço da constelação de Oríon.

Dicionário de Mitologia Grega e Romana, M. G. K.

Órion

Órion era o filho de Netuno. Era um gigante muito belo e um grande caçador. O pai deu-lhe o poder de caminhar através das produnfezas marítimas, ou, segundo dizem alguns, o poder de andar na superfície do oceano.

Órion apaixonou-se por Mérope, a filha de Eunápio, rei de Quios, e pediu-a em casamento. O gigante dizimou as feras que viviam na ilha e trouxe os despojos da caça como um presente para a sua amada. Como, entretanto, Eunápio sempre adiava o seu consentimento, Órion tentou ganhar a posse da virgem pela força. O pai da moça, furioso com essa conduta, embebedou o pretendente, tirou-lhe a visão e lançou-o ao mar. O herói cego guiou-se pelo som do martelo do ciclope até alcançar Lemnos, onde encontrou a forja de Vulcano, que, comovido com seu estado, deu-lhe um de seus homens, Cedálion, para conduzi-lo até a morada do Sol. Tendo Cedálion sobre seus ombros, Órion continuou rumo ao leste, e lá, encontrando-se com o deus-Sol, teve a sua visão restabelecida pelo poder dos seus raios.

Depois disso Órion viveu como um caçador, com Diana, de quem era favorito, e dizia-se até mesmo que estiveram para se casar. O irmão de Diana, insatisfeito por isso, censurava-a, mas sem resultado. Um dia, observando Órion que vagueava pelo mar tendo apenas a cabeça fora da água, Apolo apontou-o à sua irmã, desafiando-a para que acertasse aquele ponto negro que se movia no mar. A deusa-arqueira desferiu uma flechada fatal.

As ondas levaram o cadáver de Órion para a praia, e, percebendo seu terrível erro, com muitas lágrimas, Diana situou-o entre as estrelas, onde ele aparece como um gigante, com um cinturão, uma espada, as vestes de pele de leão e uma clava. Sírios, seu cão, está ao seu lado e as plêiades voam à frente dele.

O Livro da Mitologia, T. B.

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