sábado, 20 de dezembro de 2014

O ALVO DO SIGNO DE SAGITÁRIO II


O deus grego Zeus. Fonte: Greek islands.

O símbolo Zeus

Depois dos reinos de Urano e de Cronos, de quem descende, Zeus simboliza o reino do espírito. É o organizador do mundo exterior e interior; é dele que depende a regularidade das leis físicas, sociais, morais. Ele é, segundo Mircea Eliade, o arquétipo do chefe da família patriarcal.

Deus da luz, é o soberano pai dos deuses e dos homens (Homero); a partir da terceira geração mitológica, segundo Hesíodo, é ele quem preside a todas as manifestações do Céu. Zeus é o éter, Zeus é a terra, Zeus é o céu. Sim, Zeus é tudo o que há acima de tudo.

Lançando o relâmpago, simboliza o espírito e o esclarecimento da inteligência humana, o pensamento iluminador e a intuição enviada pela divindade: é a fonte da verdade. Desencadeando o raio, simboliza a cólera de Deus, a punição, o castigo, a autoridade ultrajada: é o justiceiro.

A psicologia moderna denunciou em certas atitudes de liderança o que podemos chamar de complexo de Zeus. É uma tendência a monopolizar a autoridade e a destruir tudo o que possa parecer no outro uma manifestação de autonomia, seja ela a mais razoável e promissora. Esse complexo trai as raízes de um sentimento evidente de inferioridade intelectual e moral, e a necessidade de uma compensação social através de explosões autoritárias, assim como o medo de não ver os seus direitos e dignidade respeitados como merecem, daí a suscetibilidade extrema e as iras calculadas de Zeus. Essas atitudes mostram a força persistente de uma mitologia tradicional que se opõe às novas tendências da direção de empresas, da comunicação leal e fecunda entre os departamentos e as pessoas associadas no mesmo trabalho, da formação em profundidade, e que resulta ela própria numa contradição e em decisões insensatas. O excesso de autoridade trai uma falha de razão.

Para falar de Zeus enquanto símbolo de autocratismo: o mito de Zeus é o do líder nato, do qual advêm todo poder e a justificação de todo autocratismo e que reveste as formas diversas do pai, do mestre, do professor, do chefe, do patrão, do proprietário, do juiz, do marido, do ser que detém o segredo e de quem depende a iniciativa em todas as coisas.

É verdade que a autocracia é a exata antítese da autonomia. Também é verdade que nada que não seja autônomo é propriamente humano. Tudo o que procede de um princípio que aliena o homem, ao invés de dirigir-se à fonte de sua autonomia só pode, portanto, provocar uma adesão superficial e provisória e não uma modificação profunda e durável. Ora, Zeus tornou-se escravo de sua própria onipotência. Se ninguém pode fazer nada de bom sem ele, ei-lo condenado a tudo fazer sozinho. Fora de sua influência tudo é desordem e caos, pelo menos aos seus olhos.

Guardadas as proporções, esta é a situação contraditória do empresário diante da crescente extensão e complicação de suas responsabilidades. Se seguir os métodos autocráticos será prisioneiro dos estreitos limites de uma empresa, só à altura de suas forças. Se, pelo contrário, quiser adaptar-se às dimensões e às estruturas da segunda fase da era industrial, será obrigado a ver multiplicarem-se outros seres autônomos, tão preocupados quanto ele com a convergência de seus interesses pessoais e os da empresa, que se tornarão capazes intelectual e afetivamente de cumprir uma função eficaz numa estrutura evolutiva.

O mito de Zeus, na medida em que ainda inspira as relações humanas, é pior do que um anacronismo, é uma mistificação; é o antagonismo do futuro.


O símbolo Júpiter

Deus supremo dos romanos, correponde ao Zeus dos gregos. É apresentado como a divindade do céu, da luz diurna, do tempo que faz, e também do raio e do trovão... poder soberano, presidente do conselho dos deuses, aquele de quem emana toda autoridade. Júpiter simboliza a ordem autoritária, imposta do exterior. Seguro do seu direito e do seu poder de decisão, não busca nem diálogo nem persuasão: troveja.

Por seu tamanho e situação, o planeta que leva o nome de Júpiter ocupa o centro dos astros que giram em torno do Sol. É precedido por Mercúrio, Vênus, Terra, Marte e pelos asteróides, e seguido pelo mesmo número de corpos celestes: Saturno, Urano, Netuno, Plutão e os planetas transplutonianos.

Em analogia com esse lugar de eleição, Júpiter encarna, na astrologia, o princípio de equilíbrio, de autoridade, de ordem, de estabilidade no progresso, de abundância, de preservação da hierarquia estabelecida. É o planeta da legalidade social, da riqueza, do otimismo e da confiança. Os antigos lhe deram o nome de grande benfeitor. Ele governa, no Zodíaco, Sagitário, signo da justiça, e Peixes, signo da filantropia.

É o mais volumoso de todos os planetas. Gira com majestade em torno de seu eixo vertical, arrastando em seu curso o cortejo de numerosos satélites. Por si só, um espetáculo para o observador da abóboda celeste, o planeta Júpiter se impõe tanto quanto o próprio Zeus, senhor do Olimpo, e não teve dificuldade em conseguir a adesão dos astrólogos. Se Zeus foi amamentado pela cabra Amaltéia e se tem como atributo a cornucópia; se é o soberano ordenador e o distribuidor das graças e dons para todos os homens, Júpiter se encarna na hora crepuscular em que o bebê sorve o leite maternal e faz o aprendizado da manifestação dos seus instintos.

Também a condição jupiteriana do ser humano inscreve-se ao longo de uma série contínua que acumula as aquisições, vantagens, proveitos, benefícios e os favores destinados a satisfazer seu apetite de consumidor, seu instinto de proprietário, sua instalação terrestre, quer se trate de ter quer de ser alguém. Esse esquema, sempre a repetir-se, de enriquecimento vital, inseparável do estado de voracidade, de confiança, de generosidade, de otimismo, de altruísmo, de paz e de felicidade, contribui para alimentar a saúde e para amadurecer a evolução dos seres, feitos para uma sociedade mais feliz sob o regime e as leis dos princípios morais e onde cada um pode mais livremente ter acesso à plenitude de seus meios, bem como ao controle de seus poderes.

Dicionário de Símbolos, J. C. & A. G.

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