sábado, 20 de dezembro de 2014

O ALVO DO SIGNO DE SAGITÁRIO VII


Sagitta. Fonte: Astrology King.

Significação

A inteligência é liberada quando os poderes naturais são usados de um modo humano pelo ser humano individualizado em seu esforço por alcançar a vitória sobre seu meio ambiente. Quando, em etapa posterior de seu desenvolvimento, o homem enfrenta as provas da mutualidade e da responsabilidade, o poder integrador do pensamento faz nascer uma nova fase de inteligência, a “significação”.

Significação é uma expressão do sentido de mutualidade quando confrontada com a solução de problemas e conflitos causados pelo fato de alguém assumir e desempenhar responsabilidades.

O ser individual precisa sempre provar-se através do uso que faz das energias naturais ou das riquezas sociais. O relacionamento deve, igualmente, demonstrar o próprio valor pelos resultados de uma atividades cooperativa. O amor ganha valor e significação mediante a utilização de seus frutos, sejam eles psicológicos ou fisiológicos. A sociedade humana demonstra sua grandeza na civilização que se baseia no tipo característico de relacionamentos humanos que lhe constituem a trama. Para não ser destrutivo, um relacionamento amoroso ou uma parceria comercial tem que ser produtivo. Abundância de frutos, porém, não é o bastante. O valor de qualquer frutificação depende da significação que se lhe dê. Os fatores de valor e significado são correlatos essenciais ao fato efetivo da mutualidade produtiva.

Todo relacionamento pode e deve ser produtivo. O propósito da produtividade, o caráter dos produtos, o uso que se lhes dê, o modo como os problemas de produção são tratados e suas consequências enfrentadas, a maneira pela qual eles satisfazem ou deixam de satisfazer as necessidades dos produtores e da sociedade em que participam – todos esses fatores precisam ser considerados. Eles dão significação e valor ao relacionamento, ou o condenam como não tendo nexo nem valor.

Se não puder dar um sentido válido a todo relacionamento de que participe, tal relacionamento se torna destrutivo. Todo relacionamento improdutivo é mais ou menos responsável pela destruição da integridade dos eus através dele relacionados. Alguns relacionamentos são produtores de fatores positivamente destrutivos.

A inteligência na personalidade é uma promessa de valor e de significado nos relacionamentos que essa pessoa urdirá sobre a trama da vida social e cultural; mas só uma promessa! Significação como essa só pode originar-se da experiência efetiva de relacionamento – relacionamento não só com outro eu, mas também com objetos e entidades sociais de um tipo ou de outro.

Na esfera do eu individual, a inteligência é a definição dos limites da individualidade e do pensar que busca exteriorizar e dar forma à compreensão inata de “eu sou”, por efeito de proporcionar características particulares e relativamente exclusivas ao ego. Na esfera da personalidade concreta, a inteligência se manifesta como habilidade técnica, como adequação dos meios aos fins. Na esfera do relacionamento na mutualidade, a inteligência renasce como entendimento.

Entender é tomar consciência de significado. Não há necessidade de entendermos nosso próprio eu, isto é, nossa “existencialidade” essencial; a necessidade é de autocompreensão através de atos característicos dentro dos limites de nossa própria capacidade de usar poder em termos de nossa própria natureza individual.


Entender uma situação ou uma ideia é “com-preender” todos os fatores levados a uma condição de relação operativa e produtiva (ou inoperante e estéril) na situação ou ideia. Esses fatores podem ser imagens e conceitos, ou personalidades e suas palavras. “Com-preensão” é literalmente “pegar junto” esses muitos fatores e definir o caráter, a qualidade, o propósito e os resultados finais de sua conjuntividade.

Um conceito, uma lei científica, um princípio jurídico têm a função específica de estabelecer formas significativas e válidas de relacionamento entre percepções, imagens, experiências e direitos de um tipo ou de outro. Uma religião, igualmente, dá sentido ao relacionamento entre seus adeptos e uma ou várias Pessoas cósmicas ou transcendentes; e como base de sanções para a conduta ética, dá significação e valor a formas específicas de mutualidade. Num como noutro caso, estabelece limites aos relacionamentos que acredita estar dentro de seu campo; e a lógica estabelece limites à associabilidade de declarações e de conceitos.

Definir é estabelecer limites. Em alguns casos, os limites podem ser impostos a priori por uma autoridade externa ao relacionamento que se esteja definido. Isso leva ao formalismo, à artificialidade, à tirania política ou religiosa, ao fascismo. Em outros casos, os limites são estabelecidos em termos da capacidade, do propósito e da função intrínsecos a todos os fatores do relacionamento considerado como um todo. Este é o único caminho para o entendimento.

Compreender é tomar todos os fatores conjuntamente e assim definir o caráter de sua relação; mas entender é, na verdade, “estar sob” essa reunião de elementos e suportar-lhes o peso. Não só contemplar e avaliar objetivamente, como que à distância; mas experimentar mediante sentimento efetivo e pressão direta. O processo do entendimento é interno; a compreensão pode permanecer como processo externo. O juízo intelectual com base em fórmulas apriorísticas de significação e de valor é a sombra negativa do entendimento, assim como a intelectualidade é a sombra da inteligência.

Só o entendimento constitui um verdadeiro fundamento da significação; e não pode haver entendimento de “segunda-mão” ou vicário, sem que ele perca todo o direito de se chamar “entendimento”. Seja como for, o real entendimento não pode ser simplesmente uma operação intelectual, formalista e indiferentemente objetiva. Ele está condicionado pelo relacionamento efetivo e pela identificação com o relacionamento como um todo. Entretanto, essa identificação só pode ser temporária. O eu que entende deve passar por esse estágio de identificação e emergir vitorioso. O sentido é o prêmio da vitória.

A prova da significação é dirigida à determinação do homem de não se contentar com exterioridades e ilusões, mas, em vez disso, buscar o próprio núcleo de todo relacionamento – pessoal e social, coletivo e universal – até alcançar-lhe o sentido essencial.

A lei deve ser considerada uma expressão de relação significativa e todo-abrangente, para pertencer à esfera do significado e do entendimento, mais do que à do formalismo e da convenção intelectual, ou de governo arbitrário exercido por um ego que deu as costas ao desafio da mutualidade.

A lei lida com relacionamentos; e verdadeiros relacionamentos só podem existir com base na mutualidade. Onde houver mutualidade, a lei se manifesta como harmonia – como o “vínculo de comunhão” de eus em termos de participação criativa nas atividades de um todo maior, um organismo social ou cósmico. Onde não há harmonia nem entendimento nem percepção de significação, a lei só pode ser uma máscara para a tirania pessoal ou oligárquica, com ou sem as formalidades da chamada democracia.

A prova da significação é o desafio a todo indivíduo e a toda associação – seja no matrimônio ou nos negócios, na política ou na esfera cultural – a não aceitar nenhuma participação que não possa ser significativamente definida quanto a seu caráter, processo e finalidade. Ser significativo é requisito de todo relacionamento. A significação é a coroa e a alma da mutualidade; a harmonia criativa, a formulação de um amor eficaz e produtivo.

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