quarta-feira, 14 de maio de 2014

O PESO DO SIGNO DE TOURO (III)


A deusa suméria Inanna (Ishtar caldeia). Fonte: Gary Osborn Website.

O mito

Afrodite

Deusa da mais sedutora beleza, cujo culto, de origem asiática, é celebrado em numerosos santuários da Grécia. É filha do sêmem de Urano (o Céu) derramado no mar, ou também simplesmente nascida da espuma do mar.

Afrodite simboliza as forças irreprimíveis da fecundidade, não em seus frutos, mas no desejo apaixonado que acendem entre os vivos. É o amor em sua forma física, o desejo e o prazer dos sentidos; ainda não é o amor em um nível especificamente humano.

No nível mais alto do psiquismo humano, o símbolo Afrodite exprimirá a perversão sexual, pois o ato de fecundação só é baseado em função da primazia do gozo a que a natureza o vincula. Assim, a necessidade natural exerce-se perversamente.

De Afrodite vem Eros, Anteros, Deimos, Fobos, Harmonia, Príapo, Enéias, Lirno...

Afrodite tinha um temperamento irascível e era vingativa, e seus amores às vezes eram funestos – nada menos que fatais.

Páris bem conheceu a deusa Afrodite. Colocado na situação - iniciada por Éris (a Discórdia), chancelada por Zeus e comunicada por Hermes - situação em que deveria escolher a deusa mais bela entre Hera, Atena e Afrodite, entendeu bem como a deusa da beleza sedutora funciona. A deusa Hera ofereceu o trono do Universo pelo voto de Páris. A deusa Atena, a invencibilidade na guerra. Já Afrodite ofereceu simplesmente a bela e irresistível Helena pelo voto de Páris.

Bem, após a Guerra, a Deusa não salvou Troia da destruição nem Páris da morte; mas conseguiu preservar do aniquilamento a raça troiana. Por isso Roma teve como protetora Vênus, assimilada pelos romanos a Afrodite.

O mito de Afrodite poderia permanecer como a perversão da alegria de viver e das forças vitais ou como a deusa que sublima o amor selvagem, integrando-o a uma vida verdadeiramente humana.

Dicionário de Símbolos, C. & G.
Dicionário de Mitologia Grega e Romana, M.G.K.



Europa

A princesa fenícia Europa era linda – era muito linda. Ela era a Beleza personificada. Esse tipo natural e incontestável de beleza é o tipo de beleza que atrai a tudo e a todos; e não atrai somente os homens mas acende o desejo nas feras e até nos deuses – ou melhor, até em Júpiter, o maior dos deuses.

A potência masculina deseja ardentemente, com dardos certeiros, conquistar terras férteis. Por outro lado, essa natureza feminina fértil, que magnetiza e envolve os artifícios masculinos, produz seus frutos – a beleza é o prazer.

A beleza é o prazer da frutificação. É a domesticação do lobo e a lealdade do cão. É a domesticação da terra e a confiabilidade dos recursos. É o domínio da produção e a segurança dos utensílios e das moedas de bronze.

Afinal, a beleza é a arte da economia, que conquista a Terra como um touro branco, de forma doce, carinhosa e lenta, mas que depois captura e usa essa mesma terra para satisfazer a obstinação de crescer, multiplicar e expandir sempre.

Alisson Batista

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