O cilindro de Ishtar. Fonte: British Museum. |
(I)
Há em todo
organismo uma tendência a repetir incansavelmente atos que dão prazer (ou
mesmo, às vezes, atos dolorosos), de preferência a ingressar num novo e desconhecido
campo de experiência.
Touro
significa a completa subserviência do homem ao ritmo natural da atividade
humana. É o símbolo do "apego". Apego, aqui, não implica necessariamente
um vínculo negativo ou compulsivo com a natureza; mas sim uma identificação
muito profunda com as energias da natureza humana, com os processos evolutivos
que operam dentro do homem, normalmente de maneira subconsciente, e que nos
conduzem às metas ordenadas pela Vida.
A
fertilidade natural é a tônica do tipo humano de Touro.
(II)
Todo
organismo que nasce origina-se de alguma coisa.
A natureza
humana é o resultado acumulado de tudo aquilo por que os seres humanos
passaram, produziram em seu subconsciente como hábitos e costumes, transmudaram
na substância da civilização. A natureza é este infinito que todos, no passado,
puseram em foco
seletivo por um certo tipo de nascimento num certo tipo de espécie, de
raça, de família – um foco seletivo.
O indivíduo
recém-nascido se defronta com um determinado campo de experiência, com as
ferramentas que deverá usar: os poderes e faculdades que pode chamar seus, o
potencial de energias cósmicas, sociais, psíquicas e orgânicas que pode
explorar enquanto estiver a caminho da solução de seu problema de destino. O
caráter de um homem é, a princípio, determinado, em grande parte, pelo modo
como ele se avém com a prova de propriedade.
Usar
significa usar com referência a uma meta, a um fim. E daí surgem as grandes questões:
Para que o indivíduo possui sua parte da natureza; e, qual é a qualidade de seu
sentido de propriedade? Qual é sua relação com o ato de usar aquilo que ele
possui? Essas questões são essenciais e cada eu individualizado deve
respondê-las.
O homem
nasceu para resolver um problema. A natureza está diante dele com sua
abundância, com sua potência dinâmica inesgotável, com seus infinitos tesouros
de memórias, para disso tudo ele se servir. A natureza – psíquica e física – circunda-o. Sufocá-lo-á
com bens e memórias, ou ele submeterá seus produtos e lhes dará emprego
consciente e significativo?
O homem não
nasceu para criar energia. Ele nasceu para usá-la. Usando-a, ele produz
riquezas; cria significado. A produção de frutos é consequência de um uso intencional.
O ontem pode nos ter legado grandes dádivas, enormes possessões. Essas coisas
não têm valor em si mesmas. Elas são uma potencialidade a ser usada. Não usadas,
elas oprimem e sufocam.
Toda
experiência realmente enfrentada libera uma nova potencialidade de dons, uma
nova riqueza de ser. As posses pessoais não têm valor espiritual se elas se
estabelecerem como privilégios.
As posses só podem significar eficiência.
Nenhum
indivíduo deve jamais ser considerado grande pelo que possui, e sim pelo uso
que faz do que possua.
(III)
O
simbolismo mitológico já representou o planeta Vênus sob dois aspectos: como
Vênus-Lúcifer, a Estrela da Manhã, e como Vênus-Héspero, a Estrela Vésper; como
arauto da luz e ceifeiro das experiências do dia.
Vênus (a
Estrela da Manhã) representa o que hoje chamamos de "magnetismo".
A função de Vênus é um poder criativo e formador, e com base na atividade
elétrica da função de Mercúrio, ela produz campos eletromagnéticos. O poder de
Vênus diz respeito à organização de linhas de força. Os materiais difusos e
incoerentes espalhados no espaço universal são atraídos para o interior desses
campos; e eles são levados a assumir formas definidas.
Com
referência à evolução dos organismos terrenos efetivos e das personalidades
humanas, Vênus simboliza essencialmente o fator de "valor". Os
"sentimentos" são as manifestações imediatas de juízos de valor – não
juízos mentais, mas instintivos, orgânicos, emocionais e juízos
cultural-sócio-éticos congênitos. Esses juízos estabelecem as bases da vida
pessoal-emocional do homem.
Para outro
tipo de indivíduo, a função de Vênus sofre uma profunda metamorfose – a ênfase
é sobre uma mudança de valores. Um homem é constituído pelos valores que ele
mesmo dá a suas experiências interiores e exteriores. Mude esses valores, e o
homem já não será o mesmo.
E qual é
esse novo magnetismo?
A mudança
de antigos valores para novos é, com efeito, representada pela mudança de um
campo geocêntrico de valores para um heliocêntrico. A função de Vênus tem que
ser remagnetizada pelo propósito e qualidade desse Raio do centro solar.
Para além
da necessidade de ocasos e do obscurecimento do sono, para além das fadigas e
das penas, tal indivíduo radiará a sutil essência de sua personalidade renovada
como uma Estrela da Manhã espiritual sempre brilhante.
Tríptico Astrológico, D. R.
Alisson
Batista
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