quinta-feira, 15 de maio de 2014

O PESO DO SIGNO DE TOURO (V)


O cilindro de Ishtar. Fonte: British Museum.

(I)

Há em todo organismo uma tendência a repetir incansavelmente atos que dão prazer (ou mesmo, às vezes, atos dolorosos), de preferência a ingressar num novo e desconhecido campo de experiência.

Touro significa a completa subserviência do homem ao ritmo natural da atividade humana. É o símbolo do "apego". Apego, aqui, não implica necessariamente um vínculo negativo ou compulsivo com a natureza; mas sim uma identificação muito profunda com as energias da natureza humana, com os processos evolutivos que operam dentro do homem, normalmente de maneira subconsciente, e que nos conduzem às metas ordenadas pela Vida.

A fertilidade natural é a tônica do tipo humano de Touro.


(II)

Todo organismo que nasce origina-se de alguma coisa.

A natureza humana é o resultado acumulado de tudo aquilo por que os seres humanos passaram, produziram em seu subconsciente como hábitos e costumes, transmudaram na substância da civilização. A natureza é este infinito que todos, no passado, puseram em foco seletivo por um certo tipo de nascimento num certo tipo de espécie, de raça, de família – um foco seletivo.

O indivíduo recém-nascido se defronta com um determinado campo de experiência, com as ferramentas que deverá usar: os poderes e faculdades que pode chamar seus, o potencial de energias cósmicas, sociais, psíquicas e orgânicas que pode explorar enquanto estiver a caminho da solução de seu problema de destino. O caráter de um homem é, a princípio, determinado, em grande parte, pelo modo como ele se avém com a prova de propriedade.

Usar significa usar com referência a uma meta, a um fim. E daí surgem as grandes questões: Para que o indivíduo possui sua parte da natureza; e, qual é a qualidade de seu sentido de propriedade? Qual é sua relação com o ato de usar aquilo que ele possui? Essas questões são essenciais e cada eu individualizado deve respondê-las.

O homem nasceu para resolver um problema. A natureza está diante dele com sua abundância, com sua potência dinâmica inesgotável, com seus infinitos tesouros de memórias, para disso tudo ele se servir. A natureza –  psíquica e física – circunda-o. Sufocá-lo-á com bens e memórias, ou ele submeterá seus produtos e lhes dará emprego consciente e significativo?

O homem não nasceu para criar energia. Ele nasceu para usá-la. Usando-a, ele produz riquezas; cria significado. A produção de frutos é consequência de um uso intencional. O ontem pode nos ter legado grandes dádivas, enormes possessões. Essas coisas não têm valor em si mesmas. Elas são uma potencialidade a ser usada. Não usadas, elas oprimem e sufocam.

Toda experiência realmente enfrentada libera uma nova potencialidade de dons, uma nova riqueza de ser. As posses pessoais não têm valor espiritual se elas se estabelecerem como privilégios. As posses só podem significar eficiência.

Nenhum indivíduo deve jamais ser considerado grande pelo que possui, e sim pelo uso que faz do que possua.




(III)

O simbolismo mitológico já representou o planeta Vênus sob dois aspectos: como Vênus-Lúcifer, a Estrela da Manhã, e como Vênus-Héspero, a Estrela Vésper; como arauto da luz e ceifeiro das experiências do dia.

Vênus (a Estrela da Manhã) representa o que hoje chamamos de "magnetismo". A função de Vênus é um poder criativo e formador, e com base na atividade elétrica da função de Mercúrio, ela produz campos eletromagnéticos. O poder de Vênus diz respeito à organização de linhas de força. Os materiais difusos e incoerentes espalhados no espaço universal são atraídos para o interior desses campos; e eles são levados a assumir formas definidas.

Com referência à evolução dos organismos terrenos efetivos e das personalidades humanas, Vênus simboliza essencialmente o fator de "valor". Os "sentimentos" são as manifestações imediatas de juízos de valor – não juízos mentais, mas instintivos, orgânicos, emocionais e juízos cultural-sócio-éticos congênitos. Esses juízos estabelecem as bases da vida pessoal-emocional do homem.

Para outro tipo de indivíduo, a função de Vênus sofre uma profunda metamorfose – a ênfase é sobre uma mudança de valores. Um homem é constituído pelos valores que ele mesmo dá a suas experiências interiores e exteriores. Mude esses valores, e o homem já não será o mesmo.

E qual é esse novo magnetismo?

A mudança de antigos valores para novos é, com efeito, representada pela mudança de um campo geocêntrico de valores para um heliocêntrico. A função de Vênus tem que ser remagnetizada pelo propósito e qualidade desse Raio do centro solar.

Para além da necessidade de ocasos e do obscurecimento do sono, para além das fadigas e das penas, tal indivíduo radiará a sutil essência de sua personalidade renovada como uma Estrela da Manhã espiritual sempre brilhante.

Tríptico Astrológico, D. R.

Alisson Batista

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